Estamos a caminho da nossa primeira TEC (transferência de embriões criopreservados), depois de 2 Inseminações e de uma FIV por ICSI falhadas...
Para que se recordem temos 5 embriões congelados :)
O senso-comum leva-me a crer que as probabilidades de sucesso serão inferiores às dos embriões frescos, mas assim mesmo não deixo de estar muito otimista e com muita esperança de ser já desta que iremos encher a nossa linda casa :D
O artigo abaixo fala sobre vários estudos sobre as taxas de gravidez e das taxas de parto, assim como da taxa da aborto e de mal-formação dos fetos..., ou seja, números, muitos números que dizem aquilo que eu já suspeitava.
Variáveis que afetam os resultados clínicos do processo de criopreservação embriões
Em geral, os fatores que influenciam a eficácia da transferência de embriões a fresco (idade da paciente, qualidade e número de embriões), também afetariam as taxas de gestações obtidas com embriões descongelados.
Até aqui tudo bem já que, neste momento, tudo está em nosso favor ;)
Acredita-se que o congelamento de embriões morfologicamente classificados como de melhor qualidade poderia acarretar uma possibilidade de maior sucesso após o processo de descongelamento e transferência embrionária. A distribuição equitativa entre embriões de mesma qualidade para transferência a fresco, ou para o processo de congelamento, teria influência significativa nas taxas de gravidez de um programa de criopreservação de embriões. A proporção de ciclos de FIV que necessitam de criocongelamento varia em função do grau de estimulação ovariana e da política de transferência embrionária. O sucesso na transferência de embriões criopreservados aumentaria a eficácia final de um único ciclo de estimulação ovariana.
Atualmente, dois esquemas hormonais são usados para a transferência de embriões descongelados : 1. Ciclo natural. 2. Ciclo artificial com bloqueio ovariano com análogos de GnRH (GnRH-a) + associação hormonal com estrógeno e progesterona. Tucker e cols. (1995) acreditam que não há diferença nas taxas de gravidez quando os embriões descongelados são transferidos em ciclos naturais ou naqueles com reposição hormonal pós-bloqueio ovariano com GnRH-a.
Queenan e cols. (1994) realizaram 628 transferência de embriões descongelados, resultando uma taxa de gestação em ciclo natural de 18% versus em ciclo artificial de 22%.
Ainda não sei qual destes dois tipos farei, mas neste momento estou mais inclinada para o ciclo artificial ;)
Irianni e cols. (1992) referem taxas de gravidez por transferência de embriões descongelados de 22%. Heijnsbroek e cols. (1995) publicaram uma taxa de parto por transferência embrionária de 10%, fato que elevou sua taxa de bebê em casa por procedimento (fresco + descongelado) em 6%.
O que aqui querem dizer é que uma FIV e uma TEC é considerado 1 único tratamento porque resultou de apenas uma estimulação ovárica, logo há maior sucesso quando há embriões criopreservados. Faz sentido!
Lin e cols. (1995) demonstraram que o sucesso da transferência de embriões descongelados é significativamente maior na população cujas pacientes engravidaram na transferência a fresco, do que naquelas que não obtiveram gestação previamente.
Ou seja, o ideal é que fossem mesmo usados para os irmãozinhos ;), mas....
Wada e cols (1994) observaram uma incidência de malformações maiores em 1% dos recém-nascidos cujas gestações foram conseguidas pela transferência de embriões criopreservados, tal valor é inferior aos relatados para os programas de FIV com transferência de embriões a fresco.
Será que li bem???? Mas o risco de mal-formações não seria de esperar que fossem maiores no caso dos criopreservados? Isso são boas notícias :)
A Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (1995) refere que no ano de 1993 nos Estados Unidos, um total de 234 programas realizaram transferência de embriões criopreservados. Assim sendo, um total de 6194 transferência de embriões resultaram em 984 gestações, ou seja, 15.9% de gestações por transferência, obtendo-se um índice final de parto de 11.9% por transferência de embriões descongelados.
Tinha ideia que as taxas de sucesso eram um nadinha melhores :( E a diferença entre gestação e parto é muito grande!!!! Há um grande risco de aborto :(
Temos é de pensar que neste momento os resultados estão muito melhores. Afinal já passaram 18 anos e as técnicas estão muito mais desenvolvidas :D
Além disso, Van Voorhis e cols. (1995) relataram um acréscimo sobre as taxas de gestação por punção a fresco de 6.6%.
Frederick e cols. (1995) estudaram 36 pacientes que criopreservaram todos os embriões obtidos no ciclo a fresco, em virtude do alto risco para o desenvolvimento de síndrome de hiperestimulação ovariana ou que possuiam endométrio inferior a 8 mm de espessura. A criopreservação foi realizada com PROH 1.5M, no estágio de pronúcleo ou embrião de duas células. A transferência embrionária pós-descongelamento foi executada em ciclos com reposição hormonal em 70% dos casos e em ciclo natural em 30%. Obteve-se uma taxa de gravidez por ciclo de transferência de 33% e um índice de parto por transferência de 28.6%. A taxa de implantação foi de 9.1%.
Estes números são bem mais apetecíveis, mas no nosso caso, os embriões já têm 8 células :S E quanto mais células têm, maior é o risco de lise celular...
Kaufmann e cols. (1995) observaram que a criopreservação de blastocistos após cultivo em sistema de co-cultura poderia produzir índices de gravidez por transferência de embriões descongelados de 21.7% e de gestações clínicas de 19%.
Também não é o nosso caso.
O sucesso da criopreservação de embriões submetidos a ICSI ainda é motivo de dúvidas.
A partir daqui é que começo a ficar preocupada!!!!
Van Steirteghem e cols. (1994), criopreservando embriões excedentes provenientes de ciclos após ICSI, verificaram que 53% dos embriões descongelados sobreviveram, obtendo-se uma taxa de gestação clínica por transferência de 12.9% e um índice de partos por transferência de 5.9%.
Será que só nos restam 5,9 % de probabilidade de nascerem bebés de uma TEC, depois de uma ICSI?????
Ao contrário do programa FIV do mesmo serviço com a mesma técnica de criopreservação, conseguiram uma taxa de sobrevivência de 51%, com um índice de gestação clínica por transferência de 10.7% e um índice de parto por transferência de 7.1%. A incidência de aborto pré-clínico para as pacientes de ICSI foi de 40.9% e para as de FIV de 27%. Uma explicação para a alta incidência de aborto pré-clínico em gestações obtidas através de embriões criopreservados após ICSI ainda não ficou clara.
Ainda é uma diferença bem significativa de uma FIV para uma ICSI!!!
Al-Hasani e cols. (1996) compararam a performance de lotes embrionários obtidos após FIV convencional ou ICSI ambos congelados na fase de pronúcleo. Os dados não evidenciaram diferenças significativas nas taxas de gravidez após transferência embrionária entre o grupo de FIV (17%), e o de ICSI (20%).