Dia de consulta (23º dia do ciclo). Não tinha o meu carro porque me tinham batido na semana anterior e andava num Renault 19, velhinho, velhinho. Estive mais de 5 minutos para o conseguir ligar e quando cheguei a casa o R. já estava à minha espera. Estava tão chateada com umas coisas do trabalho que só me apetecia chorar de raiva. Saímos a correr e 10 minutos depois estávamos atrasados e parados no trânsito. Sexta-feira, início da hora de ponta, grande acidente, tudo PARADO! Mais vontade de chorar! Como o acidente não estava longe nem nos chegamos a atrasar muito, felizmente. A médica viu com atenção todos os exames e marcou-nos mais 2 consultas no hospital, nomeadamente uma de psicologia. Explicou-nos que sem ela, não podíamos fazer tratamentos de fertilidade, mais complexos, mas que podíamos tentar já uma inseminação artificial! Por pouco não chorei lá dentro e nem sabia explicar se de felicidade (de ter sido tão célere) ou de tristeza por precisarmos de tal coisa para sermos pais.
Fizeram-nos assinar uma declaração de aceitação do tratamento, com todas as coisas que poderiam acontecer, nomeadamente o risco de gravidez gemelar. Até isso, pela primeira vez que pareceu bem…
Vim para casa com uma “pica” na barriga, dada pela enfermeira para me explicar como teria de fazer sozinha em casa, uma caneta e uma receita para comprar a medicação para fazer nos primeiros dias do próximo ciclo.
Daí fui directa à farmácia gastar uns trocos (NOT) e nem me passou pela cabeça que poderia nem precisar dessa medicação… No entanto espero que tenha sido o dinheiro mais mal gasto da minha vida. Saberei em breve!
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