domingo, 18 de março de 2018

Altos e baixos

Esta gravidez está cheia de surpresas... ora boas, ora más!

Na semana depois da boa notícia voltei ao médico particular porque não aguentava saber o desfecho da última boa notícia e as notícias eram excelentes... Uma semana sem hemorragias e um feto lindo e saudável. 

Perguntei diretamente pelo saco irregular e foi-me dito que a esta altura já não havia problema uma vez que o feto estava saudável e a crescer.

Contámos a novidade à bailarina que já andava a estranhar o comportamento estranho da mãe (tão enjoada ...) e sempre a correr para o médico. (Tive sempre de a levar comigo porque não tinha onde a deixar).

Contei-lhe no caminho de casa e a garota, que sempre disse que não tinha qualquer interessse em ter irmão, teve a reação mais doce do mundo! Fala do irmãozinho a toda a hora e está sempre a fazer-me mimos e a tomar conta de mim. Docinha, docinha!!!

No dia seguinte comecei novamente a sangrar mas parou. No fim de semana voltou a acontecer. Sangue pouco abundante porém sangue vermelho vivo.

Não dramatizei. Faltavam apenas 2 dias para a consulta no hospital e lá fui já sem sangrar. A eco mostrava um feto compatível com 8 semanas e 5 dias e sem indícios de descolamento da placenta.

Fiquei com o rastreio bioquímico e a ecografia do 1º trimestre marcado no hospital, mas optei por continuar a ser seguida no particular. O facto de ser atendida por um médico diferente cada vez que lá vou não me estava a dar a tranquilidade que eu precisava. Além disso o hospital é longe e perdia sempre imenso tempo entre viagens e espera.

Terça-feira vou conhecer a médica que escolhi para me acompanhar nesta gravidez.




sábado, 3 de março de 2018

Dia da consulta

O dia da consulta coincidiu com a semana 6 + 5 dias (pelas minhas contas).

Acordei cedo. Chovia! Deixei a bailarina com a minha mãe que a deixaria mais tarde na escola porque só abriria mais tarde. Apanhei trânsito, mas assim mesmo cheguei a horas à consulta marcada.

Nessa semana sangrei menos que na última, mas o espírito era tão cinzento como o tempo.
Mal pús os pés na sala de espera abrigando-me a chuva e do vento comecei a chorar desalmadamente...

No meu íntimo sabia que era o dia da despedida do meu congeladinho. Fui atendida na sala de atendimento geral e de seguida dirigi-me para a zona da infertilidade.
 Irónico, não? Grávida e atendida na infertilidade!

A sala de espera estava vazia.

 Já lá estive muitas vezes e nunca a vi vazia. Solucei sozinha e desamparada naquela sala. Nem tive tempo de me recompor e já estava a ser chamada para a consulta. A primeira desse dia.

Fui atendida por duas médicas que nunca tinha visto. 

Depois de uma brevíssima troca de palavras e com pouco contacto ocular, passei para a zona da ecografia. Toda eu tremia. As lágrimas inundavam o meu rosto e o meu queixo tremia violentamente.

Em breves segundos encontrei o meu congeladinho no ecrã já visivelmente maior que da última vez.

imagem meramente ilustrativa

A médica até agora muito calada, concentrada no que fazia exclama com ênfase: " Oh, o coração já bate!!! Consegue ver???"

Via-se claramente uma luzinha a piscar!!!

Quando me olha nos olhos, diz-me que de facto o saco está irregular, mas que o embrião está condizente com 6 semanas e 2 dias e acrescenta que já viu sacos muito bonitos que não levaram a gravidez a avante e outros não tão bonitos que evoluiram...

Saí sem saber bem o que pensar!


quinta-feira, 1 de março de 2018

Enjoos!

Bem, esta semana de facto passou len-ta-men-te...

Já não bastam todas as incertezas do mundo dentro da minha cabeça que se juntam a isso uns valente enjoos. É que estou tão, mas tão enjoada que me arrasto para fazer o que quer que seja. Deito-me cansada e acordo cansada, por mais que durma.

Perdi 800g durante uma semana. Consigo comer pouco e poucas coisas são as que consigo comer. Ando muito seletiva no que consigo comer...


quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Depois da transferência...

Dia 30 de janeiro transferimos o nosso congeladinho!!! Transferimos um embrião de alta qualidade com 5 dias (blastocisto). A transferência foi feita pelo mesmo médico que fez a nossa última transferência (essa foi a fresco) e tal como da última vez decidi tirar a foto para colocar no albúm do bebé do dia em que nos conhecemos :)



 Logo nos dias seguintes comecei a sentir pequenas picadas/contrações muito leves, depois a vontade muito frequente de urinar e depois os enjoos. Intuí que estaria grávida!

No dia 9 depois da transferência, resolvi fazer um teste de gravidez.(Li que nessa altura a hormona já seria detetável). Nunca em nenhum tratamento tinha feito antes da data pedida. Nunca...

O teste estava marcado para o dia 12 de Fevereiro e nesse dia não dava para ir ao hospital fazer o beta HCG no dia agendado. Iríamos estar de férias nos Açores e não sabia se poderia fazer lá o beta e saber o resultado no próprio dia... (No dia seguinte era feriado e no dia seguinte estaríamos a fazer a viagem de regresso a casa!).

Já fui de férias a saber que estava GRÁVIDA!


Mas lá nos Açores consegui fazer o beta que confirmou o esperado!
Um fantástico valor de 1945!!!



 Mas a alegria durou pouco... Chegamos a casa na terça-feira e no dia seguinte notei uma pequenina mancha de sangue. Desvalorizei porque era realmente pequena. Associei ao facto de ter andado de avião.

No dia seguinte voltei a sangrar um pouco mais e no dia seguinte um pouco mais que no dia anterior. Nada de muito exuberante. Aí ainda não estava preocupada, confesso, mas na sexta-feira o sangue além de mais abundamente (apesar de não ser exagerado) era vermelho mais vivo e tinha um pequeno coágulo! Foi aí que o meu alarme desatou a apitar!!!

Como não tinha consulta para breve, recorri a um hospital privado e fiz consulta. As ecografias são desse dia.


A ecografia revelou um saco com 1 cm alojado no útero (estava com receio que fosse ectópica...) e com uma vesícula vitelínica visível. Até aqui tudo bem! Fiquei descansada até porque a obstetra desvalorizou a perda de sangue por ter considerado que era uma perda muito pequena. Porém, disse-nos que a única coisa que estava menos bem tinha que ver com o formato irregular do saco!


De facto, o saco não era completamente oval, mas não valorizei essa informação.

Nos dias seguintes continuei com perdas não abundantes mas consistentes. Fiquei de repouso o fim de semana e na segunda-feira estava a sentir-me doente com uma valente constipação e optei por não ir trabalhar. Fiquei na cama o dia todo!

Apesar disso continuei a perder sangue e resolvi ir às urgências no hospital onde fiz a transferência do embrião. 

Lá voltaram a desvalorizar a perda de sangue e fizeram eco. A eco revelou um saco maior (14mm por 8mm) mas o que realmente me assustou foi o facto do saco estar completamente desfigurado em relação ao das ecos da sexta-feira passada. Não tinha forma definida... A mim pareceu-me um pneu furado em vários sítios. Até era difícil reconhecer se estaria alguma coisa lá dentro de tão vazio que estaria o saco! 

Apesar de pelas minha contas estar grávida há 5 semanas, a médica disse-me que tinha o aspeto de uma gravidez de 4 semanas e que aquilo que lhe parecia ser o embrião teria apenas 1 mm.

Disse-me para manter a minha vida normal e voltar no dia da consulta, marcada para dia 27 de Fevereiro.

Vim para casa alarmada com a imagem que vi no ecógrafo! Não consigo ainda hoje tirar aquela imagem da cabeça.

Decidi procurar informação sobre saco amniótico com formato irregular.

Logo nas 3 primeiras entradas do google descobri estar intimamente relacionadas com abortamento.
Não quis ver mais nada! Nessa noite, apesar de o ter comigo e de não me conseguir esquecer que estou grávida porque os enjoos são mais que muitos, sinto que perdi o meu bebé. Só me restava saber se seria de forma natural ou se teria de fazer uma curetagem.

Só no dia seguinte é que tomei consciência de que a perda era inevitável... Chorei, solucei e rendi-me.
Continuei com a minha vida normal (fui trabalhar) e ando a arrastar-me para todo o lado por causa dos valentes enjoos.

E..., quando já não tinha esperança nenhuma e já só queria que chegasse o dia da consulta para ter a certeza e decidir o que fazer (esperar pelo abortamento natural ou agendar a curetagem) as hemorragias como por milagre desapareceram por completo!

Ainda faltam 5 dias para a consulta e não sei se me devo agarrar à esperança! O meu coração já decidiu que sim!!!

Vai ser a semana mais longa da minha vida.....





quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

O meu congeladinho campeão!

Há uns meses atrás, lá pelo verão decidi telefonar para o laboratório onde tenho congelados os embriões desde 2011 para ver se já tinham sido descartados.

Recebi a boa notícia de que os mesmos, apesar de já ter passado o tempo previsto no consentimento que tínhamos assinado nessa altura, continuavam preservados, mas para se manter essa situação teríamos de assinar novamente a papelada.

Como teríamos de marcar uma consulta para tal, lá ficou agendada para o outono, quando havia vaga.
Não pensámos nisso até Outubro!

E foi aí que o marido concordou em falar com a médica para saber da possibilidade de os descongelar. Marcámos o tratamento para Janeiro...

Anteontem (dia 31-01-2018) descongelaram uma das duas provetas que temos.


Descongelaram 3 embriões e um deles parou imediatamente de evoluir... mas tínhamos 2 com excelente qualidade! Sendo assim e porque só queríamos transferir um, a equipa decidiu esperar mais 24h para ver qual o que se desenvolvia melhor.

Ontem (31-01-2018) foi o grande dia e sozinha (ao contrário das últimas vezes) dirigi-me para o hospital onde me transferiram o meu congeladinho campeão!

[Se da última vez que transferi, achava que o embrião era uma campeã, desta vez acho que é mesmo um campeão! :)].

Quando vim para casa meti-me no supermercado e vim de lá cheia de compras que carreguei a peso. Hoje estou farta de pensar no raios dos sacos e quão pesados eles eram.


quarta-feira, 5 de abril de 2017

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Infertilidade, sempre a infertilidade...

Sabem aquela boa e velha história de... " o segundo filho é sempre mais fácil!", "não penses muito nisso que acontece", e depois toda a gente tem uma amiga que esteve anos para engravidar do primeiro filho e logo de seguida engravidou sem problemas. 

Poderá ser verdade em muitos lares, não no meu! Sempre me disseram que não conseguia engravidar porque estava nervosa, ansiosa, e que quando "relaxasse", a coisa acontecia. Pois aconteceu precisamente num dos momentos mais stressantes da minha vida.

Por cá estamos sem contracepção há 4 anos e 9 meses e a vontade de aumentar a família é muita! Como não aconteceu até agora, sei que as probabilidades não estão do nosso lado.

Os tratamentos estão postos de parte, não por mim, mas o meu marido nem sequer quer ouvir falar disso e quando um diz que não, dois não fazem...

Tento não lhe guardar rancor, mas sei que com 35 anos, é agora ou nunca! E o facto de não me deixar fazer nova tentativa está a dar comigo em doida.