quarta-feira, 29 de junho de 2011

A consulta mais rápida de sempre!

Entrei e saí passados poucos minutos. Esperei 2 horas para uma consulta de 2 minutos, mas valeu bem a pena a espera :)
Fiquei a saber que iríamos fazer uma transferência de embriões congelados com ciclo espontâneo. 

Estou agradavelmente surpreendida com a notícia, porque contava que não arriscassem abdicar da medicação... Estou plenamente confiante que correrá tudo bem! 

E quando é que a iremos fazer? Já neste ciclo que já devia ter começado hoje!!! Porque será que quando é preciso que o maldito venha rápido, o dito cujo se faz esperar? Ou então já estou grávida e não sei! hihihihh A esta altura do campeonato já não acredito em milagres :P

De volta à luta!

Este ciclo foi o mais rápido de sempre... Com tanto trabalho, o tempo passa a correr, a voar, sei lá!!!
Só quando me pús a contar a quantidade de relatórios e atas que fiz em menos de 15 dias, é que me apercebi quão incrível é o trabalho que se acumula nesta altura!

Daqui em diante, espero que venha a acalmar um pouco, para me concentrar nos 5 congeladinhos :)
Amanhã é dia de consulta e amanhã, vou ter de me "desligar" dos afazeres profissionais, para me entregar aos pessoais.

É sempre com ansiedade que aguardo a espera para a próxima consulta, mas desta vez só hoje me apercebi que o tão esperado dia 29 é já amanhã!!!! :D

Amanhã trarei novidades ;)

domingo, 26 de junho de 2011

Nasceu!!!

O meu sobrinho já nasceu.
É a coisa mais doce que já vi :)

Nessa noite, já a minha irmã estava em trabalho de parto, sonhei com o nascimento dele... Quando acordei contei o meu sonho ao marido dizendo-lhe que sonhara que ele tinha nascido com 3020kg, dizendo-lhe que era um disparate porque as previsões estavam 500g abaixo desse peso.

Quando recebi a notícia perguntei logo o peso com que tinha nascido e vejam lá se adivinham.... Pois, pesava exatamente 3020kg!!!!! :D 
O que quererá isto dizer?

domingo, 19 de junho de 2011

Problemas éticos

Estou aqui com algumas dúvidas sobre o futuro dos embriões que temos congelados.
Devo já avisar que estas considerações podem ser polémicas...

No nosso caso temos 5 embriões congelados, mas (infelizmente) não estão congelados individualmente. Confesso que foi um choque grande para mim saber no dia da transferência que me tinham congelado os embriões em duas pipetas: 2 + 3...

O problema põe-se porquê?
No centro hospitalar onde estou a ser acompanhada, não transferem por norma mais de 3 embriões, ou seja, na eventualidade dos 3 embriões sobreviverem à descongelação, haverá um excedente que será condenado à não-sobrevivência e isso eticamente parece-me errado! Muito errado mesmo!

As questões que se levantam são as seguintes:

1º Nós optamos por transferir 2 embriões de cada vez, pelo que a pipeta com 2 embriões não causa qualquer complicação...

2º No caso da pipeta com 3 embriões, já não é bem assim :( Esta questão pode até nem vir a colocar-se porque podem não resistir todos à descongelação, no entanto não me parece bem ficar a torcer para que tal venha a acontecer :S (A taxa de sobrevivência dos embriões criopreservados ronda os 50%)

3º Se sobreviverem os 3, será que me darão a possibilidade de decidir se transfiro os 3? No hospital, por norma apenas transferem 3 no caso de idades avançadas da mãe e de inúmeros ttt falhados, o que não é o nosso caso. Será que devo exigir ser eu a decidir, mesmo que isso acarrete uma futura gravidez de risco para mim e para os bebés? E se não deixarem ou se eu assim não decidir, o que fazer ao 3º???? Deixo simplesmente um "bebé" nosso morrer só porque "inconvenientemente" sobreviveu????

4º Soube de um caso de um casal que voltou a congelar o embrião que não foi transferido na 1ª TEC. Será que é um procedimento normal? Não serão estes de inferior qualidade? E por outro lado, não andaremos nós a brincar com a vida de um potêncial ser humano?

5º Não teria o casal o direito de decidir como os queria congelar? E se optássemos por transferir apenas 1 de cada vez para evitar uma gravidez gemelar? O que se fariam aos excedentes?!

Estas perguntas andam a assolar-me repetidas vezes e sinceramente não sei se estou preparada para tomar certas decisões...

Para quem já fez alguma TEC ou fará no futuro, já pensaram nestas coisas? Aconteceu-vos algo do género? Tiveram de tomar alguma decisão difícil? Como decidiram/ decidirão?

Estarei eu a ser picuinhas??? Confesso que na situação pela qual estamos a passar, no seguimento de estarmos a ter dificuldade em conceber, cada um daqueles embriões são coisas preciocíssimas com as quais não me parece bem jogar ao jogo das probabilidades...

E já agora se conseguirmos engravidar, serei capaz de deixar algum deles "expirar" de prazo de validade?
Lá apenas podem mantê-los criopreservados durante 3 anos... Serei eu capaz de "matar" algum, apenas porque não dá jeito ter 5 filhos nos dias de hoje???

Enfim, ... tenho alturas em que estas coisas me "assustam" um pouquinho.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Afinal parece que a TEC não é uma técnica de segunda...

Finalmente consegui ler um artigo bem otimista :D

Para as mulheres que necessitam de recorrer à ajuda da fertilização in vitro para engravidar, os embriões congelados poderão ser uma melhor opção do que os frescos, revela um estudo publicado no jornal Human Reproduction.

Este novo estudo, realizado por investigadores finlandeses e citado pelo portal Alert, indica que as mulheres em que foram utilizados embriões congelados têm uma menor probabilidade de dar à luz prematuramente do que as mulheres que engravidaram a partir de um óvulo que foi removido, fertilizado e implantado «fresco» dentro do mesmo ciclo.

Uma vez que, de acordo com as políticas europeias, é aconselhado o implante de apenas um embrião por forma a evitar gestações múltiplas, muitos embriões são congelados. Mas, até à data, poucos estudos tinham sido realizados para averiguar se os embriões congelados estavam associados a taxas mais elevadas de bebés prematuros e de outras complicações.
Para este estudo, os investigadores da Oulu University Hospital, na Finlândia, compararam dados de cerca de 2300 crianças concebidas a partir de embriões congelados, de mais de .100 nascidas a partir de embriões frescos e de 32 mil gravidezes que não necessitaram da fertilização in vitro ou de outros tratamentos de fertilidade.

Os investigadores constataram que 258 dos bebés concebidos a partir da transferência de embriões frescos (ou seja, cerca de um em cada 11) nasceram prematuramente. Em comparação, nasceram prematuramente 120 bebés que foram concebidos a partir da transferência de embriões congelados (o que representa cerca de um em cada 16).
O estudo também revelou que houve diferenças entre os embriões frescos e congelados em relação ao baixo peso à nascença e em relação a um tamanho pequeno do bebé para o tempo de gravidez .

Desconhece-se qual a razão de os embriões congelados serem uma melhor opção. No entanto, Gordon Baker, do The Royal Women's Hospital, na Austrália, acredita que o processo de congelamento e descongelamento pode filtrar os embriões «fracos», sobrevivendo apenas os de boa qualidade. Para além disso, a transferência de embriões congelados permite uma maior aproximação ao ciclo hormonal da mulher, mimetizando mais de perto o processo da concepção natural.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Mais um artigo sobre TEC

Estamos a caminho da nossa primeira TEC (transferência de embriões criopreservados), depois de 2 Inseminações e de uma FIV por ICSI falhadas...

Para que se recordem temos 5 embriões congelados :)

O senso-comum leva-me a crer que as probabilidades de sucesso serão inferiores às dos embriões frescos, mas assim mesmo não deixo de estar muito otimista e com muita esperança de ser já desta que iremos encher a nossa linda casa :D

O artigo abaixo fala sobre vários estudos sobre as taxas de gravidez e das taxas de parto, assim como da taxa da aborto e de mal-formação dos fetos..., ou seja, números, muitos números que dizem aquilo que eu já suspeitava.


Variáveis que afetam os resultados clínicos do processo de criopreservação embriões


Em geral, os fatores que influenciam a eficácia da transferência de embriões a fresco (idade da paciente, qualidade e número de embriões), também afetariam as taxas de gestações obtidas com embriões descongelados.

Até aqui tudo bem já que, neste momento, tudo está em nosso favor ;)

Acredita-se que o congelamento de embriões morfologicamente classificados como de melhor qualidade poderia acarretar uma possibilidade de maior sucesso após o processo de descongelamento e transferência embrionária. A distribuição equitativa entre embriões de mesma qualidade para transferência a fresco, ou para o processo de congelamento, teria influência significativa nas taxas de gravidez de um programa de criopreservação de embriões. A proporção de ciclos de FIV que necessitam de criocongelamento varia em função do grau de estimulação ovariana e da política de transferência embrionária. O sucesso na transferência de embriões criopreservados aumentaria a eficácia final de um único ciclo de estimulação ovariana.

Atualmente, dois esquemas hormonais são usados para a transferência de embriões descongelados : 1. Ciclo natural. 2. Ciclo artificial com bloqueio ovariano com análogos de GnRH (GnRH-a) + associação hormonal com estrógeno e progesterona. Tucker e cols. (1995) acreditam que não há diferença nas taxas de gravidez quando os embriões descongelados são transferidos em ciclos naturais ou naqueles com reposição hormonal pós-bloqueio ovariano com GnRH-a.
Queenan e cols. (1994) realizaram 628 transferência de embriões descongelados, resultando uma taxa de gestação em ciclo natural de 18% versus em ciclo artificial de 22%.

Ainda não sei qual destes dois tipos farei, mas neste momento estou mais inclinada para o ciclo artificial ;)

Irianni e cols. (1992) referem taxas de gravidez por transferência de embriões descongelados de 22%. Heijnsbroek e cols. (1995) publicaram uma taxa de parto por transferência embrionária de 10%, fato que elevou sua taxa de bebê em casa por procedimento (fresco + descongelado) em 6%.

O que aqui querem dizer é que uma FIV e uma TEC é considerado 1 único tratamento porque resultou de apenas uma estimulação ovárica, logo há maior sucesso quando há embriões criopreservados. Faz sentido!

Lin e cols. (1995) demonstraram que o sucesso da transferência de embriões descongelados é significativamente maior na população cujas pacientes engravidaram na transferência a fresco, do que naquelas que não obtiveram gestação previamente.

Ou seja, o ideal é que fossem mesmo usados para os irmãozinhos ;), mas....
Wada e cols (1994) observaram uma incidência de malformações maiores em 1% dos recém-nascidos cujas gestações foram conseguidas pela transferência de embriões criopreservados, tal valor é inferior aos relatados para os programas de FIV com transferência de embriões a fresco.

Será que li bem???? Mas o risco de mal-formações não seria de esperar que fossem maiores no caso dos criopreservados? Isso são boas notícias :)

A Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (1995) refere que no ano de 1993 nos Estados Unidos, um total de 234 programas realizaram transferência de embriões criopreservados. Assim sendo, um total de 6194 transferência de embriões resultaram em 984 gestações, ou seja, 15.9% de gestações por transferência, obtendo-se um índice final de parto de 11.9% por transferência de embriões descongelados.

Tinha ideia que as taxas de sucesso eram um nadinha melhores :( E a diferença entre gestação e parto é muito grande!!!! Há um grande risco de aborto :(
Temos é de pensar que neste momento os resultados estão muito melhores. Afinal já passaram 18 anos e as técnicas estão muito mais desenvolvidas :D

Além disso, Van Voorhis e cols. (1995) relataram um acréscimo sobre as taxas de gestação por punção a fresco de 6.6%.
Frederick e cols. (1995) estudaram 36 pacientes que criopreservaram todos os embriões obtidos no ciclo a fresco, em virtude do alto risco para o desenvolvimento de síndrome de hiperestimulação ovariana ou que possuiam endométrio inferior a 8 mm de espessura. A criopreservação foi realizada com PROH 1.5M, no estágio de pronúcleo ou embrião de duas células. A transferência embrionária pós-descongelamento foi executada em ciclos com reposição hormonal em 70% dos casos e em ciclo natural em 30%. Obteve-se uma taxa de gravidez por ciclo de transferência de 33% e um índice de parto por transferência de 28.6%. A taxa de implantação foi de 9.1%.

Estes números são bem mais apetecíveis, mas no nosso caso, os embriões já têm 8 células :S E quanto mais células têm, maior é o risco de lise celular...

Kaufmann e cols. (1995) observaram que a criopreservação de blastocistos após cultivo em sistema de co-cultura poderia produzir índices de gravidez por transferência de embriões descongelados de 21.7% e de gestações clínicas de 19%.

Também não é o nosso caso.

O sucesso da criopreservação de embriões submetidos a ICSI ainda é motivo de dúvidas.

A partir daqui é que começo a ficar preocupada!!!!

Van Steirteghem e cols. (1994), criopreservando embriões excedentes provenientes de ciclos após ICSI, verificaram que 53% dos embriões descongelados sobreviveram, obtendo-se uma taxa de gestação clínica por transferência de 12.9% e um índice de partos por transferência de 5.9%.

Será que só nos restam 5,9 % de probabilidade de nascerem bebés de uma TEC, depois de uma ICSI?????

Ao contrário do programa FIV do mesmo serviço com a mesma técnica de criopreservação, conseguiram uma taxa de sobrevivência de 51%, com um índice de gestação clínica por transferência de 10.7% e um índice de parto por transferência de 7.1%. A incidência de aborto pré-clínico para as pacientes de ICSI foi de 40.9% e para as de FIV de 27%. Uma explicação para a alta incidência de aborto pré-clínico em gestações obtidas através de embriões criopreservados após ICSI ainda não ficou clara.

Ainda é uma diferença bem significativa de uma FIV para uma ICSI!!!

 Al-Hasani e cols. (1996) compararam a performance de lotes embrionários obtidos após FIV convencional ou ICSI ambos congelados na fase de pronúcleo. Os dados não evidenciaram diferenças significativas nas taxas de gravidez após transferência embrionária entre o grupo de FIV (17%), e o de ICSI (20%).

Fonte: ver aqui

domingo, 12 de junho de 2011

TEC - Transferência de Embriões Criopreservados

Sempre que o casal, num ciclo de FIV ou ICSI consegue um número maior de embriões do que os que são transferidos e sempre que os excedentes tenham qualidade suficiente, podem optar por criopreservar.

Foi o que fizémos, com plena consciência de que teriam o melhor fim possível. Na altura, como estavamos extremamente otimistas pensavamos que estariam alí os irmãozinhos do nosso primeiro bebé, mas afinal serão estes nos trazem toda a esperança de sermos muito em breve pais.

Como curiosa que sou, andei a pesquisar e a ler vários artigos. Gostei especialmente destes que citarei nos próximos dias uma vez que são resultados de vários estudos internacionais sobre esta (ainda) técnica tão recente...

Princípios básicos da criopreservação

Os primeiros estudos de Whittingham e cols. (1972) mostraram que o congelamento lento de embriões de camundongo nas fases iniciais de clivagem, na presença de dimetil-sulfóxido (DMSO), seguido de um processo lento de descongelamento, não afetava a sobrevida dos embriões e seu futuro desenvolvimento. Em 1983, Trounson e Mohr obtiveram uma gestação clínica após criopreservarem pela primeira vez embriões humanos usando uma variação deste método. Em seguida, diversos grupos relataram a eficácia desta metodologia (Zeilmaker e cols., 1984; Mohr e cols., 1985; Trounson, 1986). Habitualmente, quando um líquido está sendo congelado, a temperatura poderá cair abaixo de 0º C, neste momento o gelo é formado e a temperatura retorna a 0º C, até que o líquido seja totalmente congelado. Nesse processo em que a temperatura do líquido pode ser reduzida abaixo do ponto de congelamento sem a solidificação do líquido, ocorre uma liberação do calor de fusão necessário para formar a estrutura molecular da água sólida. O sucesso da criopreservação da célula depende da velocidade do congelamento e da composição da solução, onde as células são congeladas. Inicialmente, a água extracelular congela, no momento em que a célula se aproxima do ponto de congelamento, removendo o líquido extracelular, fato que acarreta um aumento de osmolaridade. Com esse desiquilíbrio osmótico, a água é retirada da célula para o compartimento extracelular, ocasionando uma diminuição do volume celular. Uma adequada desidratação celular depende da velocidade do congelamento de forma a não provocar uma lise da célula. No caso de um congelamento muito lento, o equilíbrio permanecerá constante e a célula ficará exposta ao crioprotetor e ao estresse osmótico por tempo prolongado, fato que poderá acarretar a morte celular. Ao contrário, no caso de congelamento muito rápido, a desidratação será insuficiente e causará a formação de gelo intracelular ocasionando a lise da célula na ocasião do descongelamento (Lopez-Bejar e cols., 1994). Para evitar o dano celular, mesmo com uma velocidade de descongelamento controlada, há necessidade do emprego de crioprotetores (Figura 9.1).



Fonte: ver aqui

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Negativo

Amigas, como já previa não foi desta...
Termina esta FIV, mas vêm pelo menos mais 2 TEC.
Já estou noutra :)
Já tenho atendimento marcado para o fim do mês e tenho outros 5 "filhotes" cheios de frio" ansiosos para virem para a barriguinha da mamã!

Beijinhos grandes a todas :D

Ps - Alexandra, muito obrigada pelo incentivo!!! :D
Sonhar, sonharei sempre. Desejar, desejo cada vez mais e mais. Acreditar, acredito que será num próximo tratamento...
E obrigada pelo elogio à minha mãe, que modéstia à parte, faz coisas lindas ;)
Um beijinho grande para ti!

Desculpa, mas não consigo comentar no post :(

Agora nem no meu próprio blog consigo comentar :(

Meninas, obrigada pela vossa força, pelo vosso entusiasmo, pelas vossas palavras e pelo vosso imenso carinho...

Em especial à Fava Azul e à Luarte, que me têm acompanhado desde o início, um beijinho e um abraço bem apertadinho!!!

Luarte, amiga, ainda não tenho novidades... :(
Devo saber em breve!
É muito importante para mim saber que estás aí a tocer por mim ;)
Desculpa, não consegui responder nos comentários.